sexta-feira, 18 de junho de 2010

Zebraça

Tropeça a Espanha na sua primeira partida. É para abrir os olhos (reuters)

Justificando toda a expectativa criada por conta da alta qualidade técnica da equipe, a seleção espanhola começou o jogo tocando bem a bola, mas encontrava dificuldades para furar o forte bloqueio defensivo da Suíça. A primeira boa arrancada veio aos nove minutos, pela esquerda, quando David Villa fez boa jogada individual, se livrou da marcação, invadiu a área, mas adiantou demais e o goleiro suíço Benaglio saiu para fazer a defesa.

O primeiro chute a gol dos espanhóis saiu apenas aos 17 minutos, com Sergio Ramos, que arriscou de fora da área e acertou uma “bomba” sem direção. Quatro minutos depois, aos 21, nova chance da “Fúria”: Iniesta foi acionado pelo meio, driblou o marcador e chutou forte, mas a bola desviou no suíço Fernandes e sobrou fácil para o goleiro Benaglio.

A melhor oportunidade de gol dos atuais campeões da Eurocopa veio aos 23 minutos da etapa inicial. Iniesta fez um lançamento preciso, com muita categoria, para Piqué, que curtia uma de atacante dentro da área da Suíça. O zagueiro limpou a marcação e tocou rasteiro, muito fraco, para a defesa de Benaglio.

A primeira chegada dos suíços com mais perigo veio a partir da bola parada. Aos 25 minutos, em cobrança de falta pela direita, Zigler chutou forte e rasteiro, mas o goleiro Iker Casillas fez boa defesa em dois tempos.

Mas a superioridade técnica espanhola era grande, e o time de Vicente del Bosque quase fez o primeiro gol aos 30 minutos. David Silva fez ótimo lançamento para Iniesta, que driblou Grichting e foi derrubado na entrada da área. Na cobrança da falta, em jogada ensaiada, Capdevila pulou e David Silva chutou forte, em cima da barreira.

Aos 35 minutos, a Suíça teve uma baixa importante: o zagueiro Senderos, que é filho de espanhol, teve de deixar o gramado após se machucar em uma dividida. Em seu lugar, entrou Von Bergen, e o titular suíço deixou o campo com as mãos na cabeça, preocupado com seu futuro no Mundial. Até o fim da primeira etapa, a Espanha não conseguiu furar a retranca adversária, e o placar se manteve sem gols.

Na etapa complementar, não demorou muito para que toda a superioridade da Espanha nos primeiros 45 minutos caísse por terra. Na primeira chegada com perigo da Suíça no segundo tempo, aos dez minutos, Derdiyok aproveitou belo lançamento, invadiu a área com a bola dominada e dividiu com o goleiro Casillas. Na sobra, a bola sobrou para Fernandes, que chegou mais rápido que Puyol e tocou para as redes: 1 a 0 Suíça. O zagueiro espanhol se machucou na dividida e ficou com o rosto sangrando.

A Espanha sentiu o gol suíço, e o técnico Vicente del Bosque partiu para o desespero com duas substituições ousadas. Aos 16 minutos, ele colocou o atacante Fernando Torres, que ainda se recupera de lesão e começou no banco de reservas, no lugar de Busquets, além de Jesús Navas, para a saída de David Silva.

A “Fúria” passou a adotar uma postura mais ofensiva em campo a partir daí. Aos 18 minutos, a bola sobrou na entrada da área para Iniesta, que chutou colocado, com muita categoria. A bola passou à esquerda do gol de Benaglio, assustando os torcedores suíços.

Acionado pela primeira vez na partida aos 22 minutos da etapa final, Fernando Torres desperdiçou mais uma ótima oportunidade para a Espanha. Ele recebeu dentro da área, girou para cima do zagueiro adversário e tocou por cima do gol de Benaglio. Dois minutos depois, aos 24, o mesmo Fernando Torres foi lançado em velocidade pela esquerda, mas chutou mal, para a fácil defesa do arquiro rival.

A pressão espanhola continuou na segunda metade da etapa complementar. Aos 25 minutos, o lance de maior perigo da equipe no jogo: Xavi cobra escanteio para Xabi Alonso, na entrada da área, e o jogador acertou um chute fortíssimo, mas a bola caprichosamente explodiu no travessão. Aos 29, a resposta da Suíço: Derdiyok fez uma linda jogada pela direita e se livrou, de uma só vez, de Puyol, Capdevila e Pique, antes de tocar com categoria na saída de Casillas. A Jabulani, de novo, bateu na trave. E, até o final, a Espanha não conseguiu evitar a "tragédia".

domingo, 6 de junho de 2010

Jogadores: Iker Casillas

Casillas fez uma de suas piores temporadas na carreira, mas mesmo assim continua sendo homem de confiança de Vicente Del Bosque (getty images)

O sucesso de canteranos na equipe profissional do Real Madrid é algo incomum. Há quem rode um bom tempo para, enfim, receber a primeira oportunidade concreta no time de cima. Iker Casillas, por esse viés, já pode ser considerado uma exceção no clube que se diz o maior do planeta. Aos 17 anos, já era titular absoluto do Real e dono de confiança e popularidade no Santiago Bernabeu.

Pela Seleção Espanhola, deixou para trás alguns concorrentes de peso e é, há anos, titular absoluto e capitão da Fúria, restabelecendo a confiança que transmitia o legendário Zubizarreta. Mesmo em uma equipe que vem falhando nas grandes competições, Casillas mantém uma reputação internacional inabalável e se salva, com atuações sempre seguras, das críticas normalmente feitas aos espanhóis.

É impossível não atrelar a sorte às oportunidades que Casillas recebeu no início da carreira. No entanto, em praticamente todos os momentos, “San Iker” respondeu com competência, dedicação e regularidade. Hoje um dos melhores do mundo em sua posição, é um dos poucos jogadores espanhóis que não suscita dúvidas e tem, com 29 anos, ainda muitos anos de sucesso para cumprir.

As primeiras oportunidades para Casillas na Seleção Espanhola apareceram em 2000, quando ele já era, no Real Madrid, titular absoluto. Iker foi chamado para a Eurocopa daquele ano, disputada na Holanda e na Bélgica. Trazia consigo, porém, uma participação de sucesso pelas seleções de base, especialmente pelo desempenho no Mundial Sub-20 de 1999 na Nigéria.

Casillas, mesmo não sendo titular absoluto do gol espanhol – o posto era do bilbaíno Aranzubia -, recebia oportunidades de Iñaki Saez ao longo da competição. A mais importante delas, nas quartas-de-final, fez com que o madrileno saísse coroado, classificando a Espanha na disputa de penalidades contra a forte Gana. Foi então o primeiro título mundial júnior da Fúria.

A partir do início da década corrente, Casillas já era considerado o próximo goleiro da Seleção. Pela frente, porém, tinha Santiago Cañizares, bandeira do Valencia e em grande forma. San Iker ficou sob sua sombra e ia para sua primeira Copa do Mundo, em 2002, como reserva. Um golpe de sorte, porém, lhe deu a grande chance de jogar o Mundial como titular.

Um acidente doméstico de Cañizares, curiosamente com um vidro de perfume, fez com o que o goleiro do Valencia fosse cortado, pouco antes do início da Copa. Em grande forma com o Real Madrid, onde já era bicampeão europeu, assumiu o posto com tranqüilidade. Os espanhóis, claro, também podiam ficar despreocupados.

Casillas, como de esperado, teve grandes atuações no Mundial. Após uma primeira fase sem grandes sustos, foi o principal destaque espanhol no jogo duro contra a Irlanda nas oitavas. Defendeu três cobranças irlandesas na disputa de pênaltis, pondo a Fúria nas quartas. Nessa fase, porém, prevaleceu a péssima arbitragem do egípcio Gamal Ghandour – e, na decisão de penalidades, desta vez, Iker não pegou nenhuma cobrança dos sul-coreanos.

Iker Casillas ainda teve atuações seguras nas últimas duas competições internacionais – a Euro de 2004 e a Copa do Mundo de 2006. Titular absoluto do gol espanhol, assumiu a braçadeira de capitão com a ausência de Raúl González, e não pára de bater recordes. Com a Fúria, já tem 76 aparições – o quinto na lista. Se a Espanha for à final da Euro, já será o quarto colocado. Com apenas 29 anos, pouco para um goleiro, é questão de tempo que continue subindo no ranking.

Casillas era o quarto goleiro do Real Madrid e sequer esperava ser convocado, aos 16 anos, para integrar o banco de reservas do clube em um jogo de Liga dos Campeões. Illgner e Contreras, titular e reserva respectivamente, se lesionaram coincidentemente. A oportunidade de atuar, efetivamente, já veio no ano seguinte.

Casillas assumiu o gol madridista e não largou mais o osso. Desde então, 1999, não dá chances a qualquer adversário que apareça. Diego López, um dos principais goleiros do último Campeonato Espanhol, pelo Villarreal, ficou anos sob a sombra de San Iker, até perceber que precisaria sair no Bernabeu para atuar.

Casillas foi duas vezes campeão da Liga dos Campeões e, atuando em grande nível, foi um dos poucos pontos altos da Era Galáctica, que trouxe craques, e poucos títulos, ao Real. Nesse período, ficava evidente a importância que tem no ambiente merengue, sendo, além de um dos poucos espanhóis, um dos raros canteranos do clube. Ao lado de Raúl e Guti, forma ala influente dentro dos elencos do Real.

Com já oito anos como titular absoluto do gol madridista, Casillas foi surpreendido, há poucos meses, com a proposta de um contrato vitalício com o Real Madrid. Apenas ele e Raúl Gonzalez receberam a oferta honrosa e tentadora. Aos 29 anos, Iker Casillas já parece um veterano. Absurdamente precoce e prodigioso, ainda possui margem para brilhar ainda mais alguns anos no Bernabeu. É, indiscutivelmente, uma das maiores bandeiras do Real em todos os tempos.

Iker Casillas
Nome completo: Iker Casillas Fernández
Posição: Goleiro
Data de Nascimento: 20/05/1981
Local de Nascimento: Móstoles, Madrid, Espanha
Clube que defendeu: Real Madrid
Títulos: Campeonato Espanhol (00/01, 03/04, 06/07, 07/08), Liga dos Campeões da UEFA (99/00, 01/02), Mundial Interclubes (2002), Supercopa da Espanha (2001, 2007), Supercopa da UEFA (2002), Eurocopa (2008)

Balanço final: Málaga

Duda foi o grande destaque do Málaga, que fez uma temporada totalmente diferente da de 2008-09 (malagacf.es)

TÉCNICO:
Juan Ramón López Muñiz
COMPETIÇÃO EUROPEIA: não participou de nenhuma
COPA DEL REY: caiu nas oitavas de final
DESTAQUE: Munúa (goleiro)
ARTHILEIRO: Duda (8 gols)
NOTA DA TEMPORADA: 4

Era fato que se esperava muito mais mais desse time do Málaga. Afinal, o time "sensação" da temporada 08/09, proveniente da Liga Adelante, terminou entres os 10 primeiros na temporada, manteu quase a mesma base e lutou até o final contra o rebaixamento.

O Málaga não se encontrou, sobretudo porque apostou em jogadores que não vingaram, casos de Benachour, Luque e Caicedo. O goleiro Munúa e o meia Duda foram as gratas surpresas de uma equipe que esteve muito perto do rebaixamento – e talvez até o merecesse.

A equipe blanquiazul chegou à última rodada, com chances remotas de cair, mas, para a sua sorte, tinha uma grande força ao seu "lado": o Valladolid, time que lutava com o Málaga pelo rebaixamento, iria até o Camp Nou jogar contra o Barcelona. Enquanto isso, no La Rosaleda, o Málaga enfrentava um, até então, Real Madrid já com o toalha jogada. No final, o Barcelona ganhou o Valladolid, e o Málaga conseguiu segurar o empate por 1 a 1 com o Real Madrid, permanecendo, assim, na primeira divisão.

sábado, 5 de junho de 2010

Balanço final: Valladolid

Os jogadores do Valladolid tiveram poucos motivos para comemorar nesta temporada (AS)

TÉCNICOS:
José Luis Mendilibar, Onésimo Sánchez e Javier Clemente
COMPETIÇÃO EUROPEIA: não participou de nenhuma
COPA DEL REY: caiu na primeira fase
DESTAQUE: Nauzet (meia)
ARTILHEIRO: Diego Costa (8 gols)
NOTA DA TEMPORADA: 3

A equipe tinha potencial para fazer uma campanha segura, no meio da tabela. Havia uma reserva razoável de talentos e uma linha de trabalho que se seguia desde que o clube retornou à primeira divisão. Mas tudo ruiu a partir das últimas rodadas do primeiro turno, quando a equipe caiu para a zona de rebaiaxmento.

Uma série de crises se seguiu e nem a contratação de um técnico experiente e respeitado, como Javier Clemente, ajudou a dar novo impulso à campanha blanquivioleta. Aliás, o treinador ficou como decepção da temporada, pela falta de resultados e verborragia demonstrada quando a situação ficou mais aguda. A torcida protestou muito na saída de Onésimo, levando cartazes para o estádio escrito que o problema pucelano estava na diretoria e não no treinador.

Com um dos piores aproveitamentos da Europa, a equipe teve a ingrata missão de decidir sua vaga na primeira divisão, jogando contra o Barcelona, que entrava em campo precisando vencer para ser campeão.